Quando a liderança silencia, o engajamento cai

Se há um consenso no universo da Comunicação Interna, é este: sem a liderança, a conexão com os funcionários perde potência. A figura do gestor é – ou deveria ser – o principal elo entre o discurso institucional e a prática do dia a dia. Mas o cenário global tem mostrado o quanto esse elo está fragilizado.

O novo relatório State of the Global Workplace 2025, da Gallup, acende um alerta vermelho: o engajamento dos líderes está em queda, arrastando junto o engajamento de toda a equipe. 

Em 2024, o percentual de líderes engajados no mundo caiu de 30% para 27%. Entre os líderes mais jovens (menos de 35 anos), a queda foi de 5 pontos percentuais. Para líderes mulheres, a redução foi ainda mais acentuada: 7 pontos percentuais. Nenhum outro grupo na força de trabalho registrou uma retração tão expressiva no engajamento.

O dado é ainda mais preocupante quando somado a outra constatação da Gallup: 70% do engajamento de uma equipe depende diretamente do seu gestor. Segundo o estudo, entre os funcionários houve queda de 23% para 21% – o engajamento caiu apenas duas vezes nos últimos 12 anos, em 2020 (durante o começo da pandemia) e em 2024.

Desafio vai além da comunicação

Nos últimos anos, os líderes têm sido pressionados por todos os lados: transformações digitais aceleradas, reestruturações internas, demandas por mais empatia, gestão híbrida, cortes orçamentários e, claro, os próprios desafios pessoais. 

Soma-se a isso mais um fator: menos da metade dos gestores do mundo (44%) afirmam ter recebido treinamento em gestão. Resultado: burnout crescente, o que afeta diretamente sua capacidade de liderar com clareza, coerência e propósito na comunicação. 

O que a Comunicação Interna pode (e deve) fazer

O relatório da Gallup dá um sinal claro: ou cuidamos da liderança agora ou a desconexão será cada vez mais profunda. É hora de reavaliar o papel da liderança na estratégia de Comunicação Interna. Se engajar gestores sempre foi um desafio, hoje é uma prioridade. Algumas ações importantes para isso:

– Formação e sensibilização da liderança sobre sua influência comunicacional, trazendo resultados concretos dessa participação.

– Criação de conteúdos sob medida para gestores, que os ajudem a traduzir o discurso estratégico, aliviando sua pesada carga de tarefas. 

– Momentos de escuta e diálogo com a liderança, para entender seus desafios e ajustar os planos de comunicação.

– Ações que gerem pertencimento também para o líder, muitas vezes isolado entre demandas de cima e expectativas de baixo.

 

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