A comunicação corporativa nunca gerou tantos números, mas ainda precisa transformar volume em valor e mensuração em leitura. É o que mostra a pesquisa “Cultura de Dados, Mensuração e Inteligência Artificial na Comunicação 2025”, da Aberje/Cortex, com 117 empresas – em sua maioria privadas e concentradas no Sudeste.
A principal fragilidade identificada é a dificuldade das áreas de Comunicação em avançar dos dados brutos para análises estratégicas que comprovem impacto no negócio. Segundo o estudo, 63% das organizações se avaliam com pouca ou nenhuma capacidade de correlacionar seus resultados ao Custo de Aquisição de Clientes (CAC).
Há coleta, mas pouca leitura: 48% das áreas operam em nível intermediário de cultura de dados, 41% ainda estão em estágio básico e apenas 10% atingiram o nível avançado. Os números praticamente se repetem em relação a 2024, com leve queda no nível intermediário (de 52% para 48%) e aumento no básico (de 32% para 41%).
Entre as áreas que mensuram resultados, 85% monitoram mídias digitais e sociais, 72% o relacionamento com a imprensa e 67% os eventos. A Comunicação Interna, embora apareça mais atrás, com 52%, possui a leitura mais qualificada quando se mede satisfação, motivação e confiança – indicadores que tratam de percepção e alinhamento, não apenas de volume.
Embora 83% das áreas já utilizem Inteligência Artificial, a maioria (53%) ainda se encontra em nível inicial de maturidade em dados, sinal de adoção rápida, porém pouco estruturada. O principal desafio é a falta de conhecimento e habilidade das equipes para usar a tecnologia estrategicamente (66%).
As plataformas mais usadas são ChatGPT (86%), Copilot (56%) e Gemini (43%). A IA é aplicada sobretudo na produção de análises e insights (80%) e na elaboração de conteúdos para Comunicação Interna (80%), Institucional (79%) e Digital (76%).
A automação segue como fronteira: 61% das empresas ainda não utilizam agentes de IA, mas 38% planejam adotá-los nos próximos dois anos.
Gostou deste artigo? Então, curta nossa página no LinkedIn.